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Cresce a demanda de contratação para gestores interinos

A pandemia de Covid-19 impulsionou diversas tendências no mundo dos negócios. Uma delas, que está em alta, é a contratação de executivos temporários. “Embora já houvesse sinais de crescimento antes de 2019, houve um aumento para essa demanda.


A chamada Gestão Interina é muito diferenciada ao agregar o modelo de trabalho por projeto e com metodologia própria”, explica Marcos Bardagi, sócio-diretor da Telos Transition e professor associado da Fundação Dom Cabral. Nela, além da pura temporalidade, se contrata um serviço com gestão de projeto e metas acordadas previamente, e assegura a transferência de conhecimento para a organização.


Esta mudança de comportamento das empresas se deve a uma importante ruptura no mercado de trabalho que o mundo vive. Além disso, pode estar relacionada a fatores sociais, geracionais e tecnológicos, para Marcos, não há uma causa única, mas tudo converge para o que vem sendo chamado de futuro do trabalho. Há muitas definições e tentativas de se encapsular este conceito, mas ele procura aglutinar as transformações que estão ocorrendo e que impactam a vida em sociedade como um todo.


Em primeiro lugar, ele cita, a transformação digital, que permite o trabalho com eficiência remotamente, cooperando com equipes baseadas em qualquer lugar do planeta. Em segundo, a própria forma das pessoas de “encarar” o trabalho, a sua motivação intrínseca, pois hoje se questiona o sentido do trabalho: “não quero um trabalho, quero algo que me ajude a deixar minha marca, minha contribuição para o mundo. Quero sentido”. Além disso, surgem fatores devido ao alto dinamismo de mercado, como por exemplo, a ameaça constante dos postos de trabalhos, seja porque a empresa pode perder mercado rapidamente para um novo competidor que há poucos meses nem existia, seja porque a pessoa não consegue manter suas skills atualizados.


Neste cenário, a Gestão Interina se beneficia do futuro do trabalho, que na verdade já é uma realidade. “Este modelo traz flexibilidade para empregador e empregado. Pode ser um espaço para praticar a diversidade, não só de gênero e cultural, mas de combate ao etarismo. A empresa pode absorver o profissional 50+, que possui alta bagagem e senioridade e dificilmente encontra espaço no mercado de trabalho tradicional nestes projetos”, avalia Marcos.


O mercado de gestão interina nos países onde este conceito surgiu por primeiro, como Holanda, Inglaterra e Alemanha, é significativamente maior, em proporção da população economicamente ativa (PEA). À medida que o Brasil evolua na sua inserção global e na flexibilização da legislação, a Gestão Interina, na visão de Marcos, deve decolar mais ainda.


Não se pode esquecer que os modelos de contratações em um mundo mais digital deverão mudar mais. Atualmente, muito tem se falado do Open Talent Market global, onde os profissionais cada vez mais serão contratados remotamente, para projetos em qualquer lugar, responderão a chefes que raramente veem presencialmente, serão pagos provavelmente de inúmeras formas distintas, incluindo criptomoedas.


“Ano passado tivemos casos na Telos onde profissionais trabalharam da Espanha para o Brasil, 100% remoto. Mas não é só a tecnologia, as novas gerações querem uma outra relação com o trabalho, e serão um vetor de mudança inevitável. A constante necessidade de aprendizado (o tal lifelong learning) demandará horas de todos para a aquisição permanente de novas habilidades e competências. Essas horas sairão das de trabalho, não daquelas de lazer ou descanso ou de convivência com entes queridos. Haverá mais humanidade porque essa é a ética do homem, apesar dos percalços que vemos ao nosso redor. No longo prazo, o Antropoceno, a Era do Homem, será uma boa era”, finaliza Marcos.



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