Os ativos intelectuais podem ser considerados um importante recurso para o desenvolvimento do sucesso econômico e a criação de valor em um negócio. Sendo um driver de valor intangível gera benefícios futuros a organização, pois a capacidade de muitas em sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo depende de se adaptar às mudanças.
Na visão de Charles Holland, conselheiro da ANEFAC, o que está faltando atualmente é haver um melhor entendimento e domínio sobre a representatividade dos ativos intelectuais para a gestão, a rentabilidade e o crescimento da empresa. “Eles são os “drivers” acionadores de valor que fazem os resultados acontecerem e fundamentam o valor do negócio”, diz.
Os ativos intelectuais não podem continuar sendo omitidos das explicações que embasam as decisões das principais lideranças, das governanças e dos acionistas ou proprietários. Para Charles, a prestação de contas atualmente fica restritas a trazer informações dos ativos e passivos tangíveis, o que é insuficiente. Os ativos tangíveis auditados e reportados representam 10% do valor das 500 maiores empresas abertas nos Estados Unidos, conforme estudo com base na S&P 500. O restante dos 90% são ativos intelectuais. Enquanto, inexiste explicações sobre o conteúdo dos ativos intelectuais, que os contadores denominam como ativos intangíveis.
No Brasil e no mundo, os esclarecimentos sobre os ativos intelectuais são fundamentais para o entendimento das demonstrações financeiras auditadas. “Sem eles, as prestações de contas das empresas abertas estão incompletas, menos úteis e menos relevantes aos usuários”, salienta Charles.
O que são ativos intelectuais?
São resultantes das diferenças apuradas entre o valor de mercado das empresas com base nos preços praticados e negociados diariamente nas bolsas de valores, comparados com os respectivos valores contábeis divulgados. Em regra geral, o mercado considera como valor justo o apurado usando os preços correntes dessas ações negociadas nas bolsas de valores.
O que são os ativos intelectuais como acionadores de valores?
São a capacidade de gerar resultados futuros e de valor com base nas expectativas de fluxos de caixa, que os principais são as vantagens competitivas reconhecidas nos processos macro e micro de produção, logística, vendas, administração, recursos humanos e finanças. Adicionando ainda mais qualidade, custos menores, rapidez, eficiência e outros diferenciais competitivos decorrentes do uso de aplicações de inteligência artificial, de atendimento de clientes via chats interativos, integração de processos de automação e de robotização. Bem como, eliminando trabalhos manuais e trazendo formas inovadoras e inspiradoras de liderança, vendas, produção, logística, marketing, atração e retenção de talentos, políticas inspiradoras de sustentabilidade e de treinamento, imagem de idoneidade e de responsabilidade, reputação, qualidade e agilidade dos processos e de serviços, entre outros.
Na TOTVS, por exemplo, os ativos intelectuais representam atualmente 89,2% do seu valor. Só 10,8% são ativos tangíveis, contabilizados e auditados anualmente. Muitas empresas de capital aberto brasileiras estão em situação semelhante. “Cada vez mais, os valores tangíveis perdem relevância em relação ao valor destas empresas. A atenção da área de governanças sobre os ativos físicos (tangíveis) é boa, já sobre os ativos intelectuais é fraca”, alerta Charles.
O que devemos saber?
• Onde você é acionista ou atua na direção executiva ou como conselheiro, quais são os ativos intelectuais da empresa mais valiosos e críticos, acompanhados e monitorados por indicadores chaves de performance - KPIs - pela administração?
• Quão efetiva é o acompanhamento destes KPIs pela direção executiva e conselheiros?
• Quão efetiva são as contribuições e os questionamentos sobre os KPIs escolhidos, em termos de sua importância para acionarem resultados e fluxos de caixa futuros, etc.?
Mais informações sobre o assunto, acessehttps://www.apcsp.org.br/downloads/APC_01_2021_Cap04(2).pdf