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  • Anefac A

Mudanças de hábitos de consumo e investimentos do brasileiro deve permanecer pós-pandemia

Ser mais preditivo e diversificar, não tendo todos os ovos em uma única cesta, são lições que devem ser aprendidas


Manter o equilíbrio financeiro foi, e continua sendo, um grande desafio em meio a este período caótico que vivemos. A quarentena, seguida do aumento da inflação, atrapalhou a vida financeira de muitas pessoas. As reservas estipuladas ideias, por muitos, como aquelas de seis meses se mostraram ineficazes, pois a pandemia de Covid-19 está durando muito mais tempo.

A 4ª edição da Pesquisa Raio X do investidor brasileiro, realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), mostrou que se abriu um fosso entre as classes A e B e a classe C no Brasil. Os dois primeiros grupos aceleraram suas aplicações, já o terceiro interrompeu o hábito de poupar e, pior, aumentou seu endividamento.


Do total da amostra da população brasileira das classes A, B e C ouvida pelo Datafolha, 40% são classificados como investidores e 60% como não investidores. Por investidor, entende-se alguém que tenha algum dinheiro aplicado em produtos financeiros, mesmo que este investimento não tenha sido feito em 2020. Desde que a pesquisa é feita, em 2017, este foi o primeiro registro de queda na amostra de investidores. O recuo foi puxado pela classe C, ao passo que A e B ganharam participação como investidores.


Além disso, “a pesquisa mostrou o impacto importante que o fenômeno da poupança involuntária ou forçada teve por conta das restrições impostas pela quarentena. Todas as demais estratégias de planejamento financeiro caíram proporcionalmente. À medida que as restrições diminuam e a vida volte ao normal, será interessante ver o quanto dessas mudanças ficam como legado e em que medida elas serão abandonadas, com as pessoas retomando os hábitos pré-pandemia”, explica Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da ANBIMA.

A pesquisa, segundo Guilherme Dultra, diretor de finanças pessoais da ANEFAC, assim como os dados mais recentes sobre o endividamento das famílias brasileiras, mostra que o legado da pandemia é a consciência de ser ‘previdente’. Ou seja, ter reservas financeiras para momentos de quadro econômico desfavorável.


“A pandemia certamente reforçou a importância da educação financeira. A recomendação padrão de ter reservas que correspondam de seis a oito meses dos gastos não corresponderam mais aos fatos. É temerário assumir essas recomendações genéricas. Há que se olhar com cuidado o contexto de cada família e endereçar a solução que cabe para cada uma”, diz Dultra.


O recomendado, na visão do especialista, é ampliar as reservas, se possível, para um período de um ano ou 18 meses. O lado positivo e que ajuda a ampliar o horizonte de reservas é que os juros estão subindo fortemente. Logo, as aplicações recomendadas para isso estão ficando mais interessantes. “A fábula da cigarra e da formiga nunca se mostrou tão evidente aos brasileiros, especialmente para as camadas mais pobres. Acredito que essas duras lições ajudarão nas decisões de aprender mais sobre finanças pessoais”, alerta.


De acordo com dados do mercado, os brasileiros estão usando mais os produtos financeiros como opção de investimento. Ações, títulos privados e fundos ganharam participação no portfólio dos investidores em 2020 e 2021. No primeiro semestre deste ano os fundos de crédito privado receberam uma atenção especial, pois remuneram melhor do que os de renda fixa alocados em títulos de dívida soberana (tesouro/títulos públicos). Eles têm embutidos um prêmio por terem um risco maior do que as aplicações em títulos de dívida pública.

A diversificação em várias classes de investimentos, para Dultra, é uma mensagem que ficará também no pós-pandemia. Diversificar não quer dizer ser mais agressivo com os investimentos. Nada disso. Significa aplicar a lição mais valiosa em investimentos que é a de não ter todos os ovos em uma única cesta.


Considerando a elevação do risco fiscal dada as últimas discussões sobre a Reforma Tributária, o parcelamento de precatórios e a variante Delta, que estão piorando as projeções de atividades, os títulos de Renda Fixa com vencimentos mais longos apresentam taxas mais elevadas e com isso surgem ótimas oportunidades para alocação. Classes de investimentos pós fixadas, inflação e dolarizadas são recomendadas face a esse contexto que se apresenta.


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