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Os bancos centrais ao redor do mundo podem elevar riscos ao aumentar juros ao mesmo tempo?



Devido aos níveis de inflação alto no mundo inteiro, os bancos centrais estão aumentando os juros no aperto mais generalizado da política monetária já registrado. Alguns economistas temem que eles possam ir longe demais se não levarem em conta seu impacto coletivo na demanda global.



Um estudo do Banco Mundial indica que o número de aumentos de taxas anunciados pelos bancos centrais foi o mais alto em julho, desde que os registros começaram no início da década de 1970. Segundo Ailton Leite, membro do Núcleo de Economia da ANEFAC, o tamanho desses aumentos de taxas é maior do que o normal, pois esses bancos estão respondendo universalmente a alta da inflação.


Analistas alertam que os bancos centrais, como um grupo, podem ir longe demais e empurrarão a economia mundial para uma recessão mais profunda que o necessário. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Chistine Lagarde, reafirmou, que espera aumentar ainda mais as taxas de juros nas próximas reuniões para “amortecer a demanda” e “se proteger contra o risco de uma mudança persistente para cima nas expectativas de inflação”.


Na visão de Ailton, tudo isso pode ser um novo entrave para a economia do Brasil. Ele cita alguns pontos:


  • A desaceleração global empurra a economia brasileira para um desempenho mais desafiador no ano que vem;


  • Juros mais altos encarecem o crédito das famílias e o investimento das empresas, prejudicando o desempenho da economia;


  • Impactos no comércio global provocam quedas dos preços das commodities, afetando o Brasil nas exportações de minério de ferro e soja;


  • De um modo geral, o PIB Global mais baixo no ano que vem é ruim para todas as exportações brasileiras;


  • A isso tudo, os juros americanos em alta drenam investimentos em países emergentes como o Brasil.


“Quanto mais aumentam os juros nos EUA, menos as pessoas estão dispostas a investir em ativos de risco ao redor do mundo”, avalia Ailton, que ainda aponta mais algumas questões abaixo.


FIM DA TAXA DE JURO NEGATIVO NA EUROPA


  • No dia 14 de setembro, o BCE (Banco Central Europeu) colocou fim ao juro negativo.

  • No dia 22 de setembro, foi a vez do SNB (Banco Nacional da Suíça) encerrar o período de juro negativo, elevando sua taxa para o patamar de 0,5%, e segundos economistas, não descarta novos aumentos nas taxas de juros para atingir a estabilidade de preços.

  • No início desse mês, o Banco Central da Dinamarca também anunciou o fim da era do juro negativo no país.

  • Apenas para relembrar, a 1ª experiência de juro negativo foi registrada em julho-2012 pelo Banco Central da Dinamarca, quando a autoridade monetária colocou a sua taxa de depósito em -0,2%.

  • Essas ações encerram a cultura da taxa negativa na Europa em meio a um período de inflação forte e persistente na região


IPCA-15

  • Puxado mais uma vez pela redução de combustíveis, o IPCA-15 teve deflação (queda) de 0,37%

  • As maiores baixas foram:

  • -9,47% > gasolina

  • -10,10% > etanol

  • -5,40% > óleo diesel

  • No acumulado de 12 meses, o índice registrou alta de 7,96%

  • O IPCA-15, pelo fato de ser divulgado antes, sinaliza uma tendência para os preços no mês.

  • O indicador prévio é coletado na 2ª quinzena do mês anterior (agosto) e na 1ª quinzena do mês de referência (setembro).

  • O índice oficial de inflação no Brasil é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também divulgado pelo IBGE.

  • Como a variação do IPCA é calculada ao longo do mês de referência, o dado de setembro ainda não está fechado, será conhecido em 11 de outubro.

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