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PIX americano se assemelha ao brasileiro e deve estar no ar em breve


O PIX, sistema de pagamentos instantâneo, desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, torna-se cada vez mais uma referência mundial. Enquanto Colômbia e Canadá demonstram interesse em adotar o sistema a partir da tecnologia utilizada no país, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) revelou que vai realizar os primeiros testes da Nexus, uma plataforma que visa conectar sistemas nacionais de pagamento de 60 países para viabilizar a realização de transações internacionais instantâneas.


O PIX foi lançado pelo BC em 16 de novembro de 2020. Dados da instituição indicam que a quantidade de chaves PIX cadastradas atingiu a marca de 478,3 milhões até 31 de julho de 2022. Segundo Ailton Leite, membro do Comitê de Economia da ANEFAC, o número mostra a popularidade do sistema, cujo número de chaves é maior do que o dobro da população brasileira, estimada em 215 milhões de habitantes pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística). De acordo com a instituição financeira, o PIX movimentou R$ 933,5 bilhões em julho através de 2,1 bilhões de transações.


Em março deste ano, o Banco de Compensações Internacionais, também conhecido como "banco central dos bancos centrais", elogiou o sistema brasileiro em um relatório sobre meios de pagamentos digitais. De acordo com o BIS, o PIX é um exemplo de como os bancos centrais do mundo podem apoiar a interoperabilidade e a concorrência entre sistemas de pagamento internacionais.


Mais de 60 países já possuem sistemas de pagamento instantâneo (ou ‘rápidos’) que permitem que as pessoas enviem dinheiro umas às outras em segundos. No entanto, Ailton pontua que enviar dinheiro para o exterior muitas vezes ainda é lento e caro. “A conexão desses sistemas nacionais internacionalmente poderia melhorar a velocidade, o custo e a transparência dos pagamentos transfronteiriços”, diz.


Já o “FedNow”, meio de pagamentos instantâneos que está em desenvolvimento pelo banco central dos Estados Unidos, na visão de Ailton será importante para chegar aonde o sistema financeiro, sozinho, não chega. Essa afirmação foi feita também por Christopher Waller, membro do conselho do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).


O sistema é uma espécie de “PIX dos Estados Unidos”, embora tenha diferenças em relação ao modelo brasileiro, lançado em novembro de 2020. Uma delas é que o FedNow terá a concorrência de sistemas instantâneos de grandes instituições privadas já existentes no mercado americano, como o RTP, da The Clea- ring House, e o Zelle.


“No Brasil, ainda não havia uma iniciativa desse tipo e a criação do PIX foi liderada pelo Banco Central com adesão obrigatória para as maiores instituições financeiras e de pagamentos. A expectativa do Fed é colocar o FedNow em funcionamento no ano que vem”, avalia Ailton.


Waller afirmou ainda que os grandes bancos começaram a implementação dos pagamentos instantâneos no país, mas as iniciativas não são suficientes para abarcar o sistema financeiro como um todo, considerando que há mais de 5 mil bancos nos EUA. A proposta do BC americano atende a uma demanda de instituições de menor porte.


Assim como o PIX, o FedNow estará disponível para instituições financeiras de diferentes portes e permitirá que pagamentos sejam feitos em tempo real, 24 horas por dia, todos os dias. A implementação será feita em fases e a ideia é que tantos as pessoas físicas quanto jurídicas possam transacionar recursos.

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