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RÚSSIA x UCRÂNIA: incertezas já rondam os mercados

Numa decisão completamente criticada por grande parte dos líderes mundiais, Vladimir Putin ordenou, no dia 24 de fevereiro, um ataque a região de Donbas, na Ucrânia. O presidente russo defendeu a situação como “inevitável”, apontando a expansão da OTAN e o desenvolvimento militar do território como inaceitáveis. As tropas russas atacaram várias regiões, incluindo a capital Kiev.


Desde então, os aeroportos do país foram temporariamente fechados, enquanto a Rússia fechou seu próprio espaço aéreo ao redor da fronteira. O pano de fundo desta crise é a justamente o fato de a Rússia não aceitar a reaproximação da OTAN e da União Europeia com a Ucrânia, que é uma ex-república soviética.


O receio de uma crise mundial por causa da situação fez os mercados responderem de imediato. As tensões aumentam a cada novas sanções impostas ao governo de Putin. A invasão da Ucrânia causou forte reação nos preços dos ativos globais, suscitando dúvidas sobre o impacto que virá nas economias e os efeitos inflacionários advindos de um choque de commodities, podendo afetar os rumos das políticas monetárias no mundo – é um jogo de xadrez para os bancos centrais -.


Segundo Ailton Leite, vice-presidente de economia e finanças da ANEFAC, à medida que as sanções econômicas contra a Rússia forem aplicadas, ela vai retaliar no fornecimento de petróleo e gás. A União Europeia importa do país, cerca de 40% do gás e 30% do petróleo que utiliza. “Se o Putin cortar ou reduzir o fornecimento de gás à Europa, vai gerar um profundo estresse e perda de confiança na economia. O preço mais elevado do produto na região vai pesar sobre a economia e pode causar uma recessão na Europa. Agora, se o corte for direcionado ao fornecimento de petróleo, a “dor será aos consumidores ao redor do mundo”, diz.


Além disso, a Rússia é o maior fornecedor mundial de trigo e a Ucrânia é o terceiro. Turquia, Egito e Líbano dependem substancialmente de ambos para o consumo do produto. Na Ucrânia, o tráfego de navios no maior porto, Odessa, está interrompido. “Aqui no Brasil, os impactos vão chegar nos preços da energia e dos combustíveis, com forte pressão no aumento da inflação”, finaliza Leite.

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