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Vantagem competitiva das empresas virá do equilíbrio entre humanos e máquinas

A linha entre tecnologia e as relações de trabalho é muito tênue e exigirá de governos, escolas e sociedade muita discussão alicerçada em grandes reflexões

As empresas do futuro dependerão do equilíbrio entre humanos e máquinas? Na visão de Marcelo Treff, professor de gestão de pessoas da PUC-SP, FIA e FECAP, dependendo do segmento, haverá necessidade de equilíbrio, mas esse não será homogêneo. “Em segmentos mais competitivos e baseados em atividades cognitivas, o trabalho humano será preponderante, já naqueles com atividades mais rotinizadas e repetitivas, a inteligência artificial substituirá boa parte do trabalho humano”, diz.


A Revolução Digital tende a reduzir as barreiras existentes entre humanos e máquinas, possibilitando que a inteligência artificial e o trabalhador encontrem maneiras complementares de atuação. Com certeza ambos precisam coexistir, mas as pessoas ainda terão papel bastante importante no crescimento das empresas. O que se faz necessário é que elas utilizem a tecnologia, e em grande parte, os dados oferecidos pelo big data, por exemplo, para criar soluções criativas e disruptivas, bem como tomar decisões de alta qualidade.


Um erro comum das pessoas é relacionar inteligência artificial, machine learning, blockchain, analytics, carros elétricos e tantas outras às empresas do futuro. Na verdade, essas tecnologias já fazem parte das estruturas organizacionais de hoje e foram implantadas pelos seres humanos ao longo dos últimos anos. No mercado há sempre o receio sobre o tipo de empresas que estão sendo criadas e que tipo de mundo está sendo construído. Estas duas reflexões ganharam notoriedade com os reflexos causados pelo isolamento social decorrentes da pandemia de Covid-19. A velocidade que a transformação tecnológica ocorre é impressionante, mas ainda é necessária prestar atenção a importância do propósito do trabalho e das pessoas neste processo.


Além disso, é importante ter cuidado e não deixar se levar pelas muitas informações disponíveis, pois segundo Treff, há muita banalização sobre robotização, tratando o tema como se fosse futurista. “Quando na verdade, grandes empresas trabalham com robôs em linhas de produção, em logística, marketing (CRM) há anos. Porém, com a sofisticação do analytics, mais pessoas serão substituídas, sobretudo em funções de menor complexidade. Por outro lado, se criarão novas demandas por trabalhadores do conhecimento”, explica.


É muito comum ouvir que as empresas precisam se preparar para o que está por vir sempre pensando na tecnologia, mas de acordo com o professor, a base da preparação para a sobrevivência no mundo do trabalho continua a mesma: educação formal. E, cada vez mais, considerando o dinamismo dos desafios, a orientação dele é para o autodesenvolvimento como estratégia de empregabilidade.


Por fim, não podemos esquecer do antigo dilema imposto pelas Revoluções Industriais sobre o uso de tecnologias como substituidoras de mão-de-obra, ao mesmo tempo que tornavam as empresas mais eficientes e competitivas. “A fronteira do uso das novas tecnologias da informação e da comunicação como construtivas e empoderadoras ou como ameaças às relações sociais e, consequentemente, às relações de trabalho é muito tênue e exigirá de governos, escolas e sociedade muita discussão alicerçada em reflexão”, finaliza.

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