top of page

O social do tripé ESG precisa ter ações concretas que vão além do marketing

Stakeholders buscam empresas que realmente conseguem mensurar e mostrar resultados efetivos sobre as questões sociais

Os impactos sociais de uma organização estão atrelados aos seus valores e diretamente conectados aos stakeholders (públicos de interesse) sejam eles, internos, por exemplo, colaboradores e terceiros e, externos (comunidade ao entorno, fornecedores etc.). Na visão de Luana Castilho, gerente de ESG e sustentabilidade da BDO, se observamos essas principais premissas, junto aos demais itens do tripé ESG (Ambiental, Social e de Governança – ASG, em português), ou seja, governança corporativa e fatores ambientais, há uma tendência de um maior equilíbrio na organização, criando consequentemente um impacto social positivo.


A Agenda 2030, que se refere ao plano global da ONU e as premissas de ESG, vem justamente com o intuito de provocar reflexões à organização, assim como, trazer à responsabilidade as diversas lacunas existentes que precisam ser revertidas para perenidade do negócio alinhados a sua sustentabilidade.


Para as empresas trabalharem os aspectos sociais, ela conta que há várias formas, mas previamente é necessário que seja identificado quais são seus temas relevantes junto aos stakeholders internos e externos. “Um dos caminhos para essa definição, é realizar uma matriz de materialidade, que apresente os assuntos relevantes que podem ou não já estarem implementados para que o sejam ou, ainda, melhorados em seus processos”, diz.


Após a identificação desse cenário, é possível realizar o planejamento estratégico mais adequado, conectando as premissas essenciais para os planos de ações serem realizados na prática. Castilho cita como exemplo prático o seguinte fluxo:

Realização da matriz de materialidade à identificação da falta de mulheres e negros em cargos de liderança à elaboração de uma política de diversidade a fim de promover um ambiente mais equitativo à elaboração de planos de ações identificando as áreas responsáveis pela implementação e acompanhamento, junto as entregas à estabelecer prazos definidos de curto a médio prazo para execução de determinada ação.


Depois é necessário mensurar e acompanhar, algumas das métricas que podem ser consideradas para medição, segundo ela, desses impactos são: clima da organização, promoção de equidade racial, de gênero, atividades corporativas ligadas aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Organizações das Nações Unidas (ONU), desenvolvimento de uma cultura inclusiva, apoiar causas e projetos sociais, promover o voluntariado, dentre outros. Mas, para isso, é importante que a empresa detenha valores genuínos e se comprometa de forma transparente com suas ações, além de se preocupar somente com sua lucratividade, pois sem pessoas não há empresa.


Agora, o que não pode acontecer é que os aspectos sociais estejam apenas relacionados a ações de marketing. Na percepção de Castilho, há um pouco deste cenário, mascaso seja genuíno não é algo ruim à empresa, pois ela está comprometida em executar o que promoveu.


Mesmo esse movimento sendo bastante incipiente no país, ela explica que há uma evolução se comparados há 10 anos, quando ingressou na área, pois anteriormente a sociedade via a temática de sustentabilidade e ESG, voltada somente aos aspectos ambientais. “De 2018 até o momento, principalmente durante a pandemia, nota-se uma aceleração de discussões extremamente importantes sobre as premissas ESG, ou seja, além dos aspectos ambientais, indicadores importantes a serem acompanhados de governança corporativa e aspectos sociais”, ressalta.


O ESG, já havia sido citado em 2004, em uma publicação do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da ONU, mas está bastante em voga por dois motivos: um deles é a pressão dos consumidores que estão se preocupando cada vez mais com a idoneidade e posicionamento da marca sobre os aspectos ESG, ou seja, notícias negativas, transparência em seus processos, economia circular, compliance, se identificar e/ou se enxergar naquela marca para consumo do produto.


“Do outro lado, há pressão dos investidores, pois a adesão as práticas ESG traz mais credibilidade as informações, orienta suas tomadas de decisão, mitiga riscos e consequentemente equilibra diversas possiblidades junto a muitas empresas que atendam parâmetros de desenvolvimento sustentável”, finaliza Castilho.


52 visualizações0 comentário
bottom of page